terça-feira, 6 de outubro de 2015

Doando alegrias


Doando alegrias

Tem diminuído o número de doadores de órgãos no brasil. Tem diminuído o tempo para os que se aglomeram na fila da espera.
Tem diminuído o tempo para aqueles que vivem essa angustia dolorosa que é a espera de um doador compatível.
Guerreiros que travam suas lutas diárias, sem perder as esperanças, sem renunciar, nem abdicar da vida.
Deveríamos doar, não só órgãos, como coração,medula óssea e rins, mas amor, sorrisos, alegrias, boas vibrações e cumplicidade.
Deveríamos doar humildade, compartilhar sonhos e emprestar coragem para aqueles que necessitam de forças.
Sobre a doação de órgãos é a continuidade da vida. É necessário que abandonemos o egoísmo ante a partida e continuemos a viver, bater em outro endereço.
É necessário que filtremos e eliminemos nossa insensibilidade e permitamos ao próximo continuar a purificar sua alma.
O ato de doar é indolor. O transplante não é uma sobrevida é a continuação, uma segunda chance. É uma concessão, renovação do direito do outro de viver.
É necessário que vivamos o desapego de tudo que fica. Despedir-se dói, mas é necessário que partamos sem rejeição.
Há tanta gente necessitando de um curativo, de um amparo, de um abraço, de uma mão amiga, de uma transfusão de sangue, de amor.
Pessoas que vivem suas dores físicas. Pessoas que vivem suas dilacerações emocionais. Pessoas em busca de uma cirurgia que ampute desilusões e frustrações.
Todo dia ficamos órfãos de coisas e pessoas. Vivamos mais nossas ausências irreversíveis. Sem abrir mão do direito de viver nossas memórias, lembranças e saudades.
Doar vida é um ato nobre. Doar não redime nossos pecados, mas nos faz mais humanos.

Leandro M. Cortes