terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Já é tarde,


São duas horas da manhã, passei aqui só para dizer que sinto, sinto muito a tua falta. Sinto que tenhamos nos distanciado, sinto por estarmos tão longe um do outro, você aí nesse frio e eu aqui ressentida do teu abraço quente.
A gente diz coisas, ouve outras, bate, rebate e dói. Aí doí mais um pouco. Separa, volta e entre idas e voltas acaba se precipitando. Acaba estragando tudo por um orgulho bobo. Me de um sinal, ao menos um toque e eu volto correndo para o teu mundo, nosso mundinho onde tem amor, segurança e essas coisas bobas e doces. O lado bom da vida.
Me de um sinal, um sinal de vida, deixe-me ouvir o som do teu coração, o som da batucada que vem aí de dentro. Você sabe que minha mente prolixa fala demais e não dá, não consigo parar, frear e as coisas ficaram tensas entre a gente.
Hoje foi um dia daqueles, vontade de sumir, fugir, desaparecer só para me fazer notar, para que soubessem da minha existência, para que alguém sentisse muito, muito, mas muito a minha falta.
Tenho ignorado os tapas e socos que a vida tem me dado, mas sinto, sinto muito por ter te perdido. Sinto esse golpe baixo da vida e sigo sendo forte, mesmo sendo fraca no fundo. Não vou chorar, não. Não vou chorar, porque sei que muitas outras vezes ainda irei tomar banho de chuva.
Que droga, diz alguma coisa! Eu sei que andamos tropeçando em absurdos incríveis e que nos machucamos, mas quem sabe a gente coloca um band-id no coração e segue assim, mesmo feridos, machucados, abraçados, agarrados, entrelaçados.
Sinto falta, uma falta enorme do teu despertar, do teu olhar, da tua respiração, do teu toque do teu corpo suado colado ao meu, da tua voz embargada, rouca, cansada sussurrando o meu nome. Você dentro de mim, eu dentro de você, do calor, da magica única de crescer dentro de alguém e sentir-se viva.
Hoje eu só queria te ouvir, ouvir a tua saudade batendo a porta, mas o que vem de fora é só um silêncio que grita aqui dentro: Saudade de você. Há muita coisa indo embora, muita coisa se perdendo de mim, inclusive esse nós, nó que se desatou.
Hoje eu queria te falar algumas coisas. Coisas essas que ficam dentro da gente, e que precisamos despachar. Remeter ao dono. Não, não é raiva. É só uma leve tristeza. É coisa que passa e trespassa. Logo, volto a mastigar algumas pequenas alegrias.
Leandro M. Cortes