Quase natal e os shoppings e
lojas andam lotados. É o corre-corre pré-natal. Começa a louca histeria pelo
presente ideal. Aliás, presente que esse ano será discreto.
A coisa mágica perdeu a magia,
são dias de calmaria, dias de luta, dias de apreensão, dias em que a contagem
regressiva é para que o ano acabe logo.
Perdeu-se o espírito da coisa, a
crise bateu a porta e extravagancia cedeu lugar à modéstia. São dias de misere,
mas nem por isso deixaremos de crer no bom velhinho.
Que este ano possamos agradecer
humildemente a graça da vida, longe do glamour e requinte da data.
Como seria bom se lembrássemos
uns dos outros longe das datas especiais. Se o abraço viesse sem segundas
intenções, se as palavras não viessem carregadas de ódio e o sorriso mascarado
pela inveja.
Que além do Peru e do Chester
sejam abundantes a generosidade, a prosperidade, a bondade, a alegria, a
esperança, o amor.
Que neste natal, longe do
troca-troca de presentes, possamos comemorar mais a vida, a família, as
amizades, dentro do verdadeiro espírito da coisa.
Como seria maravilhoso se
pudéssemos jogar a moedinha da sorte na fonte da vida e ganhar de presente os
valores éticos e morais que nos roubaram.
Como seria extraordinário se nos
fosse devolvida a esperança que nos furtam diariamente, um pouco por vez.
Esse sim seria o grande milagre
da vida, voltar a crer que a humanidade terá um futuro próspero e iluminado, Além
dos presépios e luzes de natal que iluminam a fachada de nossas casas.
Que o bom velhinho não deixe de
presentear, nem realizar o desejo do menino que só quer um lar, uma cesta
básica para sua família.
Nem doar o seu tempo a quem
necessita de uma palavra ou companhia, nem realizar o sonho do menino que quer
aquela bicicleta, nem da menina que deseja apenas uma boneca.
E que nossos verdadeiros Papais
Noéis sem asas continuem a nos brindar com as suas boas ações.
Ao bom velhinho lá de cima, que
continue a nos olhar e que possamos crer mais em dias melhores.
Só peço a Deus, que o seu filho
Jesus, nesse dia em que se celebra o seu nascimento, nos presenteie com essa
palavrinha monossilábica e que não se separa, a fé, e que não nos percamos dela
no meio do caminho. Um feliz Natal a todos!
Leandro M. Cortes