segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Zero de fábrica


Então você encontrou um novo amor, zerinho de fábrica, iniciou uma nova relação e está amando. Mas quem te garante que não é só mais uma contingência do destino, uma mãozinha da vida te cedendo um amor desses transitórios, enquanto o definitivo ainda não chegou ao mercado.
Às vezes fazemos escolhas, nem sempre a certa, por medo da solidão, por imposição da vida, por necessidade, imposição da família, a mais sensata para o momento, porque está vai nos trazer segurança e conforto, garantias futuras num mundo de incertezas e crises.
Amamos sim, amamos a verbalização da palavra, o sentimento, o desejo pela satisfação das nossas vontades e desejos irremediáveis.
Amamos tudo que nos leve a fuga da solidão, tudo que contemple nossas idealizações, sonhos e fantasias. Amamos uma, duas, três... Vezes na vida, mas alguns amores nem chegam às vias de fato. Alguns amores nos despertam, para logo adormecer.
Você pode passar anos ao lado de uma pessoa, amá-la, dedicar-se inteira e integralmente a ela, sem nunca de fato ter sido feliz, porque felicidade é coisa invisível aos olhos.
Felicidade não tem nada a ver com a alegria, alegria é coisa passageira. A felicidade é sublime e constante.
Felicidade é o prêmio maior da vida para aqueles que ousam viver seus desatinos longe do que as convenções e protocolos julgam ser o melhor para todos nós.
Não procure, não espere, nem idealize um amor perfeitinho, porque sinceramente, você não vai encontrar. O amor depende mais de sorte e boas escolhas, do que idealizações.
O amor é esse bilhete premiado com o qual a vida agracia, premia aqueles que ousam trabalhar uma relação entre desconhecidos unidos pelas suas afinidades.
Hoje todos correm louca e incessantemente em busca de um amor, mas poucos se preocupam com as credências desse amor.
Estamos todos resilientes diante dos novos tempos. Ninguém mais busca viver “aquele amor”. A moda hoje é o amor de aluguel, freelances do amor.
Se vier com defeito, algo que não gostamos, vamos lá e trocamos. Como diz aquele velho clichê: A fila anda meu bem, próximo!
O que todo nós s buscamos de fato é apenas uma companhia para nossos sábados à noite e um passeio no domingo. Vive-se a banalização do amor.
O abandono do sentimento em detrimento de um prazer momentâneo, e vive-se o vazio desse que é um item básico e indispensável em nossas vidas. O amor.
Bom mesmo é ter ao nosso lado alguém que nos leia e releia, que visualize a vida, o mundo através dos nossos olhos.
Alguém que tenha e realize os próprios sonhos, mas que embarque e viva os nossos também. As formas de remar podem ser diferentes, mas o desejo é o mesmo, ser feliz.
Somos todos novatos diante do amor, mas somos todos veteranos diante da vida. Somos todos habilitados para adquirir um amor novo, zero de fábrica.
Só não esqueça que quem está na direção da vida é você. É preciso saber quando acelerar, quando frear e não ter medo de aventura-se
Avançar o sinal pode ser fatal, mas uma vida inteira no piloto automático é uma vida sem emoção.
E tanto melhor será se estivermos acompanhados pelo amor nessa travessia, viajem diante da vida.
Leandro M. Cortes