Ano que vem?
É segunda-feira, logo já é quarta
e vem a sexta. Já é agosto logo, dezembro, final de ano e o que você fez?
Onde foram parar suas promessas?
O entusiasmo avassalador do dia 31 de dezembro passado?
A lista de desejos é suprimida
pelo dia a dia, pelo tempo que passa e você não vê. Pelo seu descaso.
A vontade é sufocada pelos vícios
mundanos e soterrada pela sua rendição as vontades menores e menos urgentes.
Pela sua falta de inoperância. E
cai na ilusória tentação, do ano que vem a gente tenta de novo.
Ano
que vem vai ser melhor. Ano que vem a astrologia ajuda. Ano que vem a crise
passa.
Não se torne vítima de si mesmo, nem
jogue tudo para baixo do tapete, nem credite ao mundo suas frustrações e falta
de ação.
Ano que vem pode não chegar,
amanhã? O amanhã não é uma certeza, mas uma promessa de acontecimento.
A única certeza que temos é a do
passado. De ter passado o tempo. Não se prenda a um relógio na parede, nem se
deixe levar pela apatia inerente a falta ambição.
A falta de vontade, a falta de
desejo, a falta de comprometimento e as constantes ausências, acabam por
separar você dos seus sonhos.
Acabam por atestar sua solteirice
e falta de comprometimento. Acabam por te isolar do mundo e te prendem a essa
ilha chamada ilusão.
A vida não te leva, nem carrega.
A vida te cobra. Cobra teus feitos. Teus precatórios. Tuas promissórias. Por
vezes cobra caro, em outras suaviza é branda.
Ano que vem? Ano que vem é outra
história!