terça-feira, 18 de agosto de 2015

Cartas para mim


Cartas para mim

Já pensou em escrever uma carta de amor para si mesmo?Em dizer o quanto você se ama? O quanto você faz falta para si por vezes?
A gente sonha demais, se doa demais, ama demais, tudo demais. Mas, acaba esquecendo do mais importante. O amor próprio.
Nos abandonamos em prol do outro. Abrimos mão da nossa liberdade e tornamo-nos reféns do nosso quase desamor.
Agasalhamos o outro, damos calor,amor e esquecemos de nos proteger. Ficamos a mercê do próprio tempo.
A gente trata a beleza exterior, a fachada, a superfície, mas esquece de tratar a alma. Esquece de dar atenção ao coração.
Levamos anos para nos conhecer por fora e uma vida inteira tentando nos compreender por dentro.
Aliás, deixamos o coração aos cuidados de um desconhecido. Porque por mais que vivamos décadas com o outro, jamais o conheceremos a fundo.
Ganhamos um novo lar, mas nos tornamos órfãos do nosso amor. Por vezes é preciso se olhar no espelho e se auto-elogiar.
Tornar-se amante de si mesmo e dialogar com o eu interior. Sair do anonimato e dar voz ao amor.
A mudança nunca é completa, sempre fica parte de nós para trás. Porque o outro nunca será o nosso lar definitivo.
O outro nos da segurança, mas não o amor genuíno. Nos da o conforto, mas não a garantia. Nos da o prazer, mas não o orgasmo por completo.
Ele conhece nossas fraquezas, mas não os nosso ponto sensíveis. Ele tem o nosso amor, mas não o possui na intimidade mais profunda.
Ele nos tem no quarto, na cozinha, no sofá, na cama, mas nunca viverá a plenitude do reencontro consigo mesmo.
Mande cartas, flores, doces. Permita-se ser feliz consigo mesmo ao menos uma vez e o outro será apenas o complemento.
Leandro M. Cortes