segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Loucura é ser normal


Loucura é ser normal
Loucura é se repetir todos os dias. É viver essa insana e mórbida rotina.
Loucura é apagar a luz. É viver essa entranhada timidez.
Loucura é viver de replay. É viver o tradicionalismo enraizado no pensamento, entre emoções e nos atos, por medo de infringir o código de étiga das boas
Condutas que regem o relacionamento.
Loucura é fazer o papai e mamãe de sempre.
Loucura é fazer amor em slow notion, quando se pode viver de taquicardia com picos de prazer.
Loucura é fazer sempre o mesmo trajeto de casa para o serviço e vive-versa.
Loucura é calar, ao invés de sussurrar doces e apimentadas palavras entre silêncios que se entrelaçam.
Loucura é dormir sempre ma mesma hora.
Loucura é dar uma, sem antes passar pelas preliminares.
Loucura é dormir depois do sexo e acordar para fazer amor.
Quem nunca foi um pouco cafajeste, depravado ou perdeu a santidade naquela hora?
Loucura é o silêncio e a monotonia que se repetem entre noites desiguais.
Loucura é viver essa relação sem sal.
Loucura é o beijo sem açucar, sem pimenta.
É o beijo de quem apenas cumprimenta.
Loucura é ceder ao cotidiano e perdera intimidade.
Loucura é deixar para depois. É transformar o amor em lazer.
É fazer do amor um passatempo. Um simplório ato de prazer.
Loucura é desconhecer a casa, o corpo e os pontos do outro.
Loucura é viver essa insana normalidade entre quatro paredes.
Loucura é essa extrema lucidez sem fantasias.
Loucura é reprimir desejos e fetiches.
Loucura é acumular tensões e fatigar o amor.
Loucura é perder o toque, o tato, o lúdico da relação.
Leandro M. Cortes