Entre silêncios
Sempre gostei mais dos sons da
natureza. Da genuinidade do momento. Da autenticidade aflorando.
O barulho dos trovões
embravecidos, o som da chuva encharcando meus pensamentos, a nudez dos olhos celestes entreabertos.
É como um mergulho dentro de si. É
como lavar alma, deixar escorrer as impurezas entranhadas no interior.
Sempre gostei mais cantarolar dos
pássaros ao amanhecer repousando sobre a fechadura da porta cantarolando ao
alvorecer.
É uma doce sinfonia orquestrada e
regida com maestria por esse pequenos seres com asas de anjos.
Sempre gostei mais do amor existente
nas pessoas, no interior, onde reside a essência nua e crua, despida de
segundas intenções.
Porque pessoas passam, mas o
amor, esse permanece com toda força, no interior, no fundo, no coração.
Sempre gostei mais do silêncio,
do encontro entre solidões. Do encontro entre almas desnudas de aparências e
enfeites.
Porque datas e festas e
comemorações passam. Mas, o que se vive entre rotinas que se suscedem, esse permanece
com toda força e intensidade.
Leandro M. Cortes