terça-feira, 8 de setembro de 2015

Lembra amor?


Lembra amor?

Então, um amigo chega e me diz: Dia 12 de setembro, faz 15 anos que a conheci. Minha estimada e amada belina!
Isso é amor! Isso é ser zeloso, não apenas usar, abusar e deixá-la na garagem, atirada as intempéries do tempo( refiro-me aqui aos anos também), pois o amor requer cuidados, atenção.
Será que somos capazes de lembrar do primeiro dia com aquele (a) que está hoje ao nosso lado? Será que você ainda lembra e se deslumbra com o primeiro olhar, o primeiro beijo, o primeiro abraço, a primeira noite.
O dia em que foram feitos os ajustes, os encontros, as voltas, chegadas e saídas. Ou, deixou a rotina enferrujar suas memórias suplantadas pelo tempo.
Ninguém é o mesmo para sempre, nem mesmo uma belina, um gol, uma brasília, o inesquecível 147, o chevetinho e suas malícias.
Nem mesmo o amor. O amor é incondicional, independe de marca, ou beleza estética. Não requer manutenção, nem lavagem e nem polimento.
Será que você habita o amor, assim como o amor pela sua belina é irrepreensível? Digno de aplausos.
Será que você ainda lembra o ano e a data em que contraiu consensualmente o amor? O ano em que ambos assinaram os papéis e oficializaram, não a compra, nem a posse, mas aceitaram consensualmente se entregar a relação a dois.
Será que ainda hoje sorri, ao falar com excitação, sobre a primeira vez? Ou deixou se depreciar o vislumbre com o passar dos anos.
Será que ainda existe luz por entre esses faróis? Como anda vistoria? Não ceda a monotonia, nem deixe que os anos soterrem as sinalizações e nem aquelas datas especiais.
Carros são produzidos em série, em tempos de crise lotam o pátio das concessionárias. Toca-se peças, e requer reparos periodicamente.
Já o amor, esse é original de fábrica, não é toda hora que se encontra um desses, que dura uma vida sem apresentar defeitos.

Leandro M. Cortes