sábado, 28 de janeiro de 2017

Sobre o fim do amor


“O que a vida uniu, nem o tempo separa”. Discordo em parte, o tempo vai mostrando quem é quem dentro da relação.
É o tempo que se encarrega de desmascarar nossos defeitos e mostrar as nossas imperfeições. O tempo expõe o nosso pior e o nosso melhor.
Se você sobreviver a tudo isso, é amor. Se não sobreviver é culpa do amor. A vida nada tem a ver com as nossas escolhas.
Toda relação vive seus dias de glória, mas e quando a relação sofre o seu curto-circuito? Não há o que consertar, nem remendar, nada mais será como antes.
Saudade não é motivo para trazer ninguém de volta. Toda história sempre deixa um fio de saudade no fim.
O que fica é o que realmente se viveu de bom, o que não se apaga nem com o tempo, e é disso que teimamos em nos despedir,
De tudo que foi intensamente vivido e dividido dentro da relação. É o sentir-se órfão e desamparado de tudo que foi profundamente vivido.
Não se apegue ao que já morreu aí dentro. Despeça-se do que não te desperta mais nem o olhar, nem o coração. Tenha compromisso somente com a sua alegria e a sua felicidade.
Romper um vínculo de anos dói, eu sei, mas é preciso abandonar a emoção e agir com a razão. Essa é uma quase morte em vida,
Mas não há nada de trágico aí. Às vezes o que parece ser o fim, nos acena com um novo inicio partindo de onde paramos.
Dor de amor não se cura com outro amor. Se cura com amor próprio. Dor amor é coisa que passa e trespassa.
Creio que é sempre possível dar a volta por cima, que nada é definitivo, senão a morte. Nada é eterno, nada dura para sempre nessa vida.
A vida é cheia de encontros e desencontros e sempre é tempo para mudar o que não está dando certo. Errado é insistir em algo sem futuro.
Às vezes não é preciso recomeçar, basta desaprender para aprender o jeito de remar, re-amar, amar e seguir em frente sem olhar para trás.
Faça as malas e de adeus ao que te fez feliz por um certo tempo, se foram cinto, dez, vinte anos, não importa,
O importante é que foram bem vividos entre seus altos e baixos, idas e vindas. O que se separa são os corpos, o amor, esse permanece com toda força dentro de nós.
Leve com você apenas o básico e essencial para essa nova fase da sua vida e siga em frente, sem olhar para trás.
O passado não é um lugar para se morar, mas para ser visitado de vez em quando e só.
O que ficou para trás, ficou por algum motivo, por alguma razão e já não faz parte do seu presente.
Leandro M. Cortes